Eu sabia que seria inevitável e que este momento iria chegar uma hora ou outra, mas não imaginava que seria tão logo...
Quando terminei de ler os textos de Guilherme Figueredo e vi que em 5 das 6 peças havia uma cena de beijos entre casais pensei "não vou escapar..."
É certo que há algum tempo eu venho me preparando para esse momento, então quando constatamos que um beijo era necessário para finalizar a cena, respiramos fundo e mandamos ver.
Quase todo mundo da sala já tinha passado por esse momento e o constrangimento pós cena foi nítido.
A primeira coisa que fiz antes de entrar em cena foi tirar a minha aliança. Percebi que ao fazer isso eu me despi de todos meus valores morais e sociais, que eu tinha deixado de ser a Patrícia-esposa, a Patrícia-amiga, a Patrícia-professora. Eu tinha colocado a minha máscara de atriz, então eu era Patrícia Samy e estava pronta para encarar qualquer papel.(Para quem não sabe Patrícia Samy é meu nome artístico - pelo menos por enquanto).
Outra coisa que conta muito a favor em uma cena dessas é ter confiança nos colegas. Adoro a minha Turma 39 e me sinto à vontade para vestir meus personagens na presença dos meus amigos, afinal tenho todo carinho e respeito deles.
Não é fácil e o constrangimento acaba sendo inevitável, mas é para isso que estamos em uma escola, para aperfeiçoar e aprender as técnicas de atuar.
Beijo Técnico? Não creio que exista, ainda mais no teatro onde é tudo ou nada, mas existe a técnica de atuar, de dar vida a um personagem e é aí que está toda a diferença. O envolvimento do personagem é um (emocional) e do ator é outro (técnica)...
O que posso dizer é que o teato está sendo uma experiência incrível... Prá falar a verdade, o teatro prá mim é TUDO!!!
Em busca do pinhão perdido
3 years ago