Friday, May 24, 2013

Quem é você?

Difícil falar de nós mesmos, não é verdade? Como buscar minha essência sem ser presunçosa ou humilde demais? Joguei algumas palavras em um caderno para tentar falar de mim, como proposta de um exercício de criação. Eis aqui o resultado...


"Sou uma pessoa de grandes amores, porque em relação a sentimentos, tudo em mim é exagerado.

Adoro rir. Mas não estou falando de um sorrisinho. O bom da vida é gargalhar para que os bons momentos ecoem pelos quatro cantos do mundo, contagiando quem estiver disposto a compartilhar alegrias.

Quando choro, me desmancho em lágrimas, soluçando compulsivamente para expulsar toda tristeza e desespero que me assolam. Deixo que as lágrimas formem uma cachoeira que se derrama pelas rochas incrédulas da minha face diante da poesia concreta da realidade.

Se sonho, viajo. Subo aos céus, desbravando estrelas, visitando universos desconhecidos, dançando na lua. Lanço-me ao vento, recitando poesias, colhendo gotas de orvalho. Tomo banho de chuva e roubo as cores do arco-íris para pintar o cinza das horas.

Em um momento de insanidade, destruo tudo, quebro, estilhaço, estraçalho meu coração. Volto, me revolto, não olho para trás. Fecho os olhos, nada digo... ou grito a plenos pulmões que o mundo está errado, que eu estou errado, que todos estão errados.

E minutos depois respiro, sinto o ar, sinto a brisa, sinto o sol que não para de brilhar, mesmo por detrás das nuvens. Dou meia volto, recolho tudo, caco por caco e pacientemente me refaço. Coloco tudo de volta no lugar.

Brinco como criança. Fujo para a Terra do Nunca, me escondo com os garotos perdidos e me confundo com a sombra de Peter Pan. Ouço e conto histórias, momentos vivos na memória de um conto de fadas que insiste em não acabar. 1001 noites de palavras e aventuras que me tiram o sono e me fazem tão bem.

Trabalho, me faço em duas, dez, mil, para dar conta de todas responsabilidades diárias. Meu dia tem 30 horas e mais um pouco. Sou neta, filha, tia, irmã, esposa, amiga, professora. Tudo de uma só vez. Me descabelo, tropeço, mas não caio... e se caio, levanto, sacudo a poeira e... onde eu estava mesmo?

Com os pés descalços, corro na areia para mergulhar no mar de possibilidades da vida.

E, com tudo isso, eis o que busco: uma vida intensa onde eu possa ser feliz.

Exageradamente feliz!"

3 comments:

Gi Marinho said...

"Exagerado, jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado!"

Paty, é uma delícia ter alguém assim, tão humana, tão cheia de vida, com vontade de mudar o mundo e as pessoas. Só cuidado para não se machucar, nem se iludir ou se deixar desanimar, pois a vida nos ensina que não dá para mudar O mundo ou As pessoas, mas dá para nos mudarmos, e assim, a gente consegue ver sempre com novos olhos, o mundo e as pessoas.

Bjos Gi

Marinho said...

Você falou de Peter Pan e me lembrou da explicação das fadas. As fadas por serem muito pequenas, elas só conseguem ter 1 sentimento de cada vez. Se estão alegres, são pura alegria, mas quando tristes, a tristeza as consome...
Dessa forma se faz um ser sem máscara, com um que de ingenua, com o que de autêntica. Continue assim . Beijos!

Luiza Callafange said...

Faço das suas palavras as minhas - porque uau, você me descreveu se descrevendo, rs! :) Linda!