Monday, November 25, 2019

Tanta coisa...


E tanta coisa tem acontecido... no país, no meu interior... tanta coisa que quer sair de mim e alcançar o papel e surgem com urgência em momentos impossíveis de se parar para deixá-las fluir livremente e alcançar o vento para pousar em outras paragens...

Muitas vezes os temas me surgem na cabeça, assim, do nada. Ou impulsionados por alguma polêmica (que hoje são muitas) jogada ao relento das redes sociais. Nas redes sociais dificilmente me aventuro a me posicionar. As pessoas não estão interessadas em escutar o que temos para falar, refletir sobre... falta muito respeito e sobra vontade de impor a opinião sobre as demais. É o estilo do "pensa diferente de mim então não serve como leitura", quando deveria ser justamente o contrário. Quanto mais lemos diferentes pontos, mais podemos refletir e levantar novas reflexões e questionamentos a respeito de assuntos diversos. É assim que se cresce, é assim que se forma o pensamento crítico.

Ao que me parece, as pessoas parecem que tem medo de mudar de ideia, tem medo de estarem erradas. Isso faz com que elas não busquem outras fontes. Cada um vive na sua bolha (super clichê, mas verdadeiro) e sair dela significa que, olha só que fantástico, você pode estar errado!

Isso é muito triste. Como podemos crescer como pessoas, seres humanos pensantes e atuantes na sociedade, se nos recusamos a discutir pontos de vistas, respeitar outras crenças. E leia-se por crenças não só religiosas, mas qualquer assunto que se pode ser discutido.

Dia desses postei em meu status algo sobre a questão de "bandido bom é bandido morto" criticando esse ato de forma bem sutil... dentre algumas dezenas de visualizações, apenas um colega me questionou e adentramos um diálogo saudável e respeitoso. "Ouvimos" o lado um do outro, dialogamos por quase uma hora. Foi bom. Foi muito bom. Fico realmente chateada de pensar que o mundo se tornou isso: uma tela de cristal líquido que protege a mente fechada das pessoas, quando o ambiente digital abre portas para o mundo inteiro.

Como professora, tento mostrar esse mundo de possibilidades aos meus alunos. Gosto de conversar com eles e escutá-los... e eles me ouvem... não porque me imponho como professora, mas porque me coloco como igual... pessoa que pensa, reflete, escuta, reflete de novo e argumenta... e aceita os argumentos deles, sem impor nada. É apenas um diálogo.

E é nesse momento que recebemos o rótulo de doutrinadores. Quando as pessoas irão entender que nós somos todos os lados? Temos nossa opinião, sim, mas a intenção não é impor nada. É provocar as reflexões para que os jovens possam pensar por si só e chegar às próprias conclusões.

Foi assim que aprendi com meus professores... é isso apenas que quero para meus alunos... que eles possam se posicionar com argumentos consistentes para não se deixar levar na lábia dos verdadeiros doutrinadores atuais.

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