Um dia resolvi aderir ao mundo virtual e montei esse meu blog. Escrevi um dia, dois... Daí passava meses sem escrever e assim foi por quase dois anos. Foi então que percebi que escrever em um blog é diferente do que escrever em uma agenda ou na última folha do caderno de faculdade. Quando eu encarava aquela folha branca e começava a rabiscar meus sentimentos, era simplesmente para mim, como uma forma de desabafo, para aliviar uma angústia ou comemorar egoisticamente uma alegria.
Porém, quando sento-me na frente do PC e escrevo nesse blog, eu estou literalmente lançando minhas Palavras ao Vento, libertando-as para que elas possam sair voando e pousar no colo das pessoas despertando sensações e emoções, sem distinção de raça, credo ou cor.
Quem me ensinou isso foi uma pessoa muito querida, que ao me apresentar ao seu blog, me fez sonhar e viajar em cada palavra. Elevou minha alma, me fez acreditar na minha espiritualidade, me fez sorrir, chorar, me revoltar e despertou em mim a vontade de me expressar não mais só para um caderno. Eu queria comentar aquelas palavras, escrever novos posts no meu canto para que fossem comentados também. E quando eu menos esperava, já estava vivendo na Borra de Vida. E, logo eu que nunca gostei de borra, estava me deliciando naquele mundo.
E a minha curiosidade foi maior. Me levou a outros escritos virtuais, onde comecei a compartilhar mais histórias, mais opiniões, mais palavras que adocicavam meu dia.
O que eu encontrei? Um outro canto que pertence a alguém que se diz metade vazia... Mas a outra metade... Ah, a outra é Metade Repleto transbordando sonhos, dúvidas, incertezas. Mostra-me um mundo o qual eu já pertenci e que eu adoro relembrar.
Desse canto foi um click para me ver perdida em meio aos Devaneios Aleatórios de uma menina moça que grita aos quatro ventos que é alguém e tem opinião própria sim, que a adolescência é difícil, causa conflitos, mas também nos deixa sensíveis ao mundo que, visto pelas suas palavras, parece tão menos perigoso e mais bonito.
E falta aqui um quinto lugar, que veio me jogando na cara que tudo que a gente precisa é amor. Sim, e fez isso em inglês ainda por cima, como na música ...All We Need Is Love! Trouxe no vento minuano um jeito todo especial de ver a vida, uma responsabilidade de início de carreira daquela pessoa que ainda não perdeu a fé nas palavras, nas pessoas, na vida.
E é isso que nós, Luiz, Mare, Luiza, Deise e eu, temos em comum: o amor pelas palavras e a esperança de mudar o mundo através delas. E isso está tão enraizado em nós que, inconsientemente, tomamos a responsabilidade de colorir a vida com essas palavras, por mais amargas e cinzas que de vez em quando elas possam parecer.
Porém o dia-a-dia não é só esse mundo de letras, frases, posts, mensagens. Há as responsabilidades reais: o vestibular, a luta diária por uma estabilidade no mercado de trabalho, as provas no fim do bimestre, o exercício teatral há menos de um mês da estréia, a internet que nem sempre ajuda.
Por motivos diversos e pessoais no início do ano deixamos de ter os Devaneios Aleatórios que me levavam de volta à minha adolescência. E agora, temos que nos mudar da Borra de Vida também, trocando essas palavras por mais um pedaço de realidade.
Agora estamos nós, Mare, Deise e eu, fazendo o possível para que o excesso de responsabilidades não soterre nossas palavras enquanto aguardamos a volta de nossos queridos amigos à rede.
Luiza e Luiz, não demorem, pois sentirei (e estou sentindo) falta do cantinho de vocês, que se tornou também tão meu.
Em busca do pinhão perdido
3 years ago