Tuesday, January 06, 2015

Deus não está morto


Vou começar o ano assim, sem dar Feliz Ano Novo para ninguém... Afinal, passou o Natal e eu também não deixei meus votos aos meus leitores (que são poucos, mas muito importantes para mim.)

Faz tempo que não escrevo, por isso, vou continuar como se nada tivesse acontecido e o meu último post tivesse sido escrito na semana passada.

Perdoem-me pela falta de paciência e consideração dos últimos meses... O segundo semestre de 2014 foi, deveras, complicado e conturbado demais, até mesmo para escrever.

Porém, vamos ao titulo do meu post. Sim, é sobre o filme. Atento aqui para possíveis "spoilers".

Depois de ver inúmeras pessoas das redes sociais (e até da minha família) colocarem comentários positivos sobre o filme em questão, decidi que era hora de eu assistir para ter meu próprio parecer.

A história gira em torno de um professor universitário que se diz ateu e exige que todos alunos da sua grade assumam por escrito que "Deus está morto" e assinem embaixo para que a aula prossiga para o próximo passo sem maiores discussões. Mas, claro, há um Cristão que se recusa a fazer isso e acaba sendo desafiado pelo professor a provar seu ponto de vista para que o resto da sala possa julgar a existência ou não de Deus,

Achei a ideia ótima e me aventurei a assistir na expectativa de que o filme traria algo novo e inusitado a respeito dessa antiga discussão. Eu tinha certeza que a existência de Deus seria provada, porém, aguardava um debate com argumentos novos que realmente fizessem um ateu crer em um Ser Onipotente e Onipresente que criou o Céu a Terra e toda Criatura.

Qual não foi minha decepção ao perceber que o filme apresenta apenas mais do mesmo. Os mesmos argumentos, embasados na Bíblia Cristã que, definitivamente, não vão convencer um real ateu de que o ponto de vista dele deve ser reconsiderado.

Alguns pontos do filme que realmente me incomodaram:

- O filme dá a entender que todo ateu só não acredita em Deus porque em algum momento da vida não teve suas preces atendidas. Como no exemplo, um doente terminal não ter sua vida poupada por conta das orações de um menino de 12 anos aterrorizado pelo fato de perder a mãe tão cedo. Não acho que todo ateu tenha realmente uma experiência frustrante com Deus (ou a falta Dele) para ter essa posição. Acredito que existam pessoas que não acreditam porque simplesmente não acreditam... E ponto.

- Você precisa ter alguém doente na família para voltar seu pensamento a Deus e retomar sua fé. Ok, sabemos que isso acontece. E muito. Mas cadê aquelas pessoas que veem Deus nas coisas boas da vida sem serem chatas e pedantes? Cadê as pessoas que celebram a vida sem ter que ficar reafirmando a existência de Deus a cada 5 minutos? No meu ponto de vista, faltou apontar um pouco das coisas boas feitas por Ele. As pequenas coisas, as mais simples... Nelas também encontramos muitos traços do Criador.

- Você precisa estar à beira da morte para aceitar Jesus e poder ser salvo. E nesta perspectiva sou obrigada a concordar com uma charge que caminha pelas redes sociais que diz: "Ninguém é ateu quando o avião começa a cair".

- Você só vai encontrar sua fé quando descobrir que tem uma doença terminal e não tem mais de onde tirar forças e esperanças. E, sério, a personagem que passa por isso não está relacionada a nada do filme. Entendo sua existência ali por conta do roteiro que fica o tempo todo batendo na mesma tecla, mas ela é perfeitamente descartável e redundante.

- O debate caloroso entre os dois protagonistas, o bem e o mal, o Diabinho e o Anjinho, chega ao seu ápice quando o bom rapaz faz com que o professor admita que odeia Deus e não que não acredita nele e que seu ódio só pode ser reafirmado com a descrença dos demais. E por fim, ele termina com a afirmação que não poderia ser mais óbvia: "Tudo gira em torno de acreditar ou não."

Sério mesmo que é assim que as pessoas querem "converter" ateus ao Cristianismo?

Desculpa, acredito em Deus e nem passa pela minha cabeça duvidar da Sua Existência, mas não tenho intenção de converter ninguém. Acho que o respeito  à opinião do próximo já me faz Cristã o suficiente para, pelo menos, não merecer o inferno. (Que fique claro que não acredito no inferno).

Se cada um fizer o seu papel e seguir dois, apenas os dois primeiros mandamentos deixados por Deus, não precisaremos nos preocupar com guerras, violências gratuitas ou qualquer ato ilícito.

Quem ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não transgride os demais mandamentos. E isso eu aprendi nas minhas aulas de Catequese, quando eu ainda era Católica. Eu troquei de religião sim, mas o Deus é o mesmo e os ensinamentos que tive continuam a servir,

Por isso eu escolhi servir ao meu irmão necessitado, seja deste mundo ou do outro. Ajudar na evolução física e espiritual. É isso que me faz bem, é isso que me aproxima de Deus no meu entendimento.

Porém as pessoas estão mais preocupadas em apontar o dedo e te julgar mais pela sua religião, do que pelas suas ações.

Canso de ouvir que religião é uma das coisas que não se discute. Sabe por que não? Porque as pessoas não querem discutir religião para compreender como funciona a do outro e sim para impor a sua, As pessoas já te perguntam como funciona a sua religião elaborando argumentos para te mostrar o quanto você está errado de seguir doutrina tal e não a mesma que ela segue.

Entendo que Jesus disse: "Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura."  Mas não entendo que ele quis dizer: "Condena a religião de teu irmão e impõe a tua,"

O Evangelho nada mais é do que o Amor de Deus e a Caridade para com todos. E com isso, voltamos aos dois primeiros mandamentos.

Menos religião e mais Deus nas nossas vidas, Menos palavras e mais ações.

É o meu desejo para 2015.

Feliz Ano Novo, amigos!

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