Mais uma comparação da vida com um jogo ou uma constatação de como o Ser Humano é competitivo?
Cresci numa família de truqueiros... Daqueles que faziam campeonatos internos e distribuíam trofeuzinhos aos ganhadores. Consequentemente, para mim também foi uma obrigação aprender a jogar truco.
Ok, sei identificar as cartas, os sinais de manilha, a hora certa de jogar... Mas eu simplesmente não gosto. Nunca procurei me especializar nas técnicas para se embaralhar, fazer maço, estratégias de jogo... Nada!!! Fico pensando: prá quê? Ganhar o quê? De quem?
Deve ser isso o espírito competitivo: a necessidade de estar no topo, sentir-se melhor que alguém.
Deve ser daí que vem o "Sorte no jogo, azar no amor"... Duas coisas que pedem dedicação para se ter sucesso... Impossível se dedicar a ambos...
Na festa na casa da minha irmã, meu avô tropeçou em mim ociosa e nem deu tempo de inventar alguma desculpa... Lá fomos nós com o baralho para a mesa. (O que a gente não faz para agradar um avô)
E foi no meio da "brincadeira" que alguém perguntou: "E aí, quem tá ganhando?" Ao que meu avô respondeu: "Nem estamos marcando ponto, só estamos brincando." E eu traduzi como: "Pra que ponto? Estou ganhando mesmo..."
E foi tão instantâneo esse pensamento que comecei a considerar tudo isso, me dando conta dessa necessidade. Será que é daí que vem a hierarquia? A divisão de classes? O machismo?
Ganhar ou perder?
Tinha um amigo quando era criança que quando perdia nas competições de escola, abria um sorriso e dizia: "Quem ganha perde, quem perde ganha".
E sabe que pensando sobre isso, fico novamente estarrecida com a ingênua sabedoria das crianças:
- Quem ganha, pode perder amigos, a paz, a família e ficar sozinho se não souber administrar isso. Se ficar tão obscecado a ponto de não conseguir enxergar mais nada a sua volta.
- Quem perde, ganha a satisfação de comemorar uma vitória, mesmo que não seja a sua. Ganha uma nova oportunidade de continuar tentando ganhar...
Seja no jogo ou na vida, cadê a graça da se ganharmos sempre???
1 comment:
E qual a graça de perdermos sempre também? Acontece e muito, com muita gente, my dear!
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