Tuesday, March 29, 2011

Semana Musical III

Hoje venho com uma música de protesto em prol dos professores. Um pedido acalorado para que não fiquemos quietos diante do descaso do governo e das pessoas em relação a nossa profissão.

Como todos sabem o governo adora ficar mostrando na TV o quanto ele se preocupa com Educação. Pois esse post é para justamente desmentir tudo isso.

Primeiro o governo cria uma forma de retribuir o bom trabalho do professor dando um bônus a mais no salário uma vez por ano de acordo com os índices de aprendizagem e melhoria na educação medidos pelas provas do SARESP. Bem quanto a isso eu digo: quem trabalha por recompensa é animal. É o burro que carrega, puxa a carroça em troca da comida que lhe dão, o cão que ganha um biscoito em troca de uma gracinha feita para a visita. O que eu quero é um salário decente, que dê ao menos para sobreviver.

Depois, vem com um bônus reduzidíssimo que não vale nem de recompensa. Daí quer exigir do professor exclusividade de trabalho e desempenho no seu papel. Tudo bem, não fazemos mais do que a nossa obrigação estar lá trabalhando, dando o sangue para aguentar aluno que não quer aprender, aturando pai que acha que o filho é santo e tendo que aprovar aluno sem compentência alguma para concluir seus estudos porque a lei diz que não pode haver reprovação. Então o mínimo que teríamos que ter seria o reconhecimento de um salário digno de nossos esforços.

Tá tudo muito errado na Educação. E os maiores prejudicados estão sendo os alunos, porque me diz, que profissional vai trabalhar para fazer o seu melhor se tem que ficar correndo de uma escola a outra, acumulando cargo para completar seu salário de fome?

Fica minha revolta registrada com a música "Até Quando", do Pensador. Porque a culpa ainda é nossa, que não nos importamos em votar em alguém, pelo menos, diferente, já que não tem nenhum decente.

Essa música não está só relacionada a situação do professorado, mas fica a pergunta interessante: "Até quando a gente vai levar porrada e ficar sem fazer nada?"

Até Quando
Gabriel, o Pensador


Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

(Repete refrão)

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

(Refrão x2)

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

(Refrão x2)

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

(Refrão x2)

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro


1 comment:

Marinho said...

Volta triunfal.
Com palavras ao vento? Não com palavras no furacão.
pensamento prosaico pra que?
a vida é um sistema de valores e quando estamos sentindoa desvalorização da vida, ou choramos ou gritamos.
\A segunda opção é o melhor caminho para não termos o descaso.
uda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente