O Abismo

"Saltar ou não do abismo? O que se tem a perder além de mais alguns sonhos..."

Está ali, me encarando... O abismo sem fim. O abismo de sonhos perdidos na areia do tempo, o abismo de dias de felicidade eterna...
Sim, estão todos lá... Os sonhos, os dias felizes. Luto desesperadamente para manter nesse galho de árvore o que resta da minha fé...
Mas o que faço aqui se tudo que eu quero, pensei e sonhei está lá, nesse abismo?
Está ali, me encarando... Desafiando-me a ter a coragem necessária para alcançar todos meus planos novamente. Desafiando-me a arriscar um novo passo, a ceder e soltar o galho para que eu volte a confiar, a acreditar na vida...
Está ali... me encarando... Ensinando-me a coragem de ter fé, ensinando-me que com a vida não se brinca, porque em um dia se morre...
Está ali... me encarando... Mostrando-me que a vida é ter medo e mesmo assim enfrentar o dia. É se incomodar com a luz, mas não fechar a janela. É saber que perder-se também é um caminho. É saber que é com esses erros que se faz um Ser Humano!

Inspiração: Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres

"De Ulisses ela aprendera a ter coragem de ter fé – muita coragem, fé em quê? Na própria fé, que a fé pode ser um grande susto, pode significar cair no abismo, Lóri tinha medo de cair no abismo e segurava-se numa das mãos de Ulissses enquanto a outra mão de Ulisses empurrava-a para o abismo - em breve ela teria que soltar a mão menos forte do que a que a empurrava, e cair, a vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre. A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser Humano."

Quarta Nota - Milágrimas

"Sem palavras
Sem promessas
Cem mil lágrimas
Esperando por um único
milagre!"

Se a cada mil lágrimas sai um milagre, acho que tenho alguns acumulados...

Milágrimas
Zélia Duncan

Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso
Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada milágrimas sai um milagre
Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra apenas, viva apenas
Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada milágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre

Bilhete suicida

"Cansei de viver de amor
Agora vou morrer por ele
Deve ser bem menos dolorido..."

Uma personagem qualquer...

Quarta Nota - Marcas do que se foi

Retomando o Quarta Nota, começo o ano com uma música que eu adoro e acho propícia para o momento de renovação e recomeço. Tudo que vai deixa marcas, lembranças que jamais se apagam. Mas são dessas lembranças que devemos nos alimentar para buscar o novo e o melhor. E são dessas lembranças que me acompanham que renovo minhas esperanças, que busco milagres e luto sempre para um dia melhor, uma vida mais digna e a felicidade tão desejada... Parafraseando meu querido amigo Luiz: Sempre em busca do sempre!!!

Marcas do que se foi
Os Incríveis

Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...

O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...(2x)

Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...

O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...(4x)

Nunca mais

Título forte... Há pessoas que dizem: "Nunca diga nunca!", mas isso é uma questão ponto de vista, de como você vai encarar esse "nunca mais". Se algo não irá mais acontecer de alguma forma que se espera, devemos é transformá-lo de forma que não se perca tudo... Como uma chama que jamais brilhará da mesma forma, mas que deve ser cultivada para se tornar tão intensa como já foi um dia, com outros objetivos, com novas intenções...

Nunca Mais!

É a pele roçando na pele
É o cheiro do amor no ar
É o relógio andando
bem devagar...
Como um cúmplice
Como querendo parar
o tempo...
Você e eu, não nós
Nunca mais nós
Mas eu e você
Cobertos pelo véu da volúpia
Entregues ao desejo da pele,
do corpo, da alma.
Você e eu, não nós
Nós nunca mais
No jogo do amor
Nas mãos dadas na areia
No olhar para o horizonte...
Eu e você estrelas
Iluminando caminhos
Clareando os dias
Nos laços que a amizade cria...
Você e eu e dessa forma sim,
nós!
No amor que a onda recolhe
E devolve com os laços de irmãos,
Irmãos que só a vida escolhe.

Paty - jan/2009

De volta ao mundo real...

Feliz 2009 a todos!!!

Depois de 20 dias viajando retomo parte das minhas atividades rotineiras, entre elas, este cantinho tão necessário para mim. Não tenho escrito muita coisa... não para este momento de retorno pelo menos. Ainda estou na fase preguiçosa de início de ano: penso muita coisa, quero escrever tudo, mas tenho preguiça de por no papel, então acaba ficando só no vento mesmo.
Houveram algumas tristezas de começo de ano, amizades que eu pensei serem estrelas e se mostraram cometas que passaram, até por uma parcela de culpa minha mesmo... E eu acho difícil voltar, apesar de já ter demonstrado minhas mais sinceras desculpas. Mas, quem sabe...
Bom... Estive no Rio de Janeiro na virada do ano, reencontrei amigos, revivi momentos e resolvi assuntos inacabados comigo mesma... Foi bom, muito bom eu diria...
Para completar, fui ao meu refúgio em Itanhaém, o lugar onde eu posso meditar e lançar meus questionamentos para as ondas do mar, esperando que elas me tragam alguma resposta...
No Rio brinquei muito, bebi cerveja, dei muita risada, joguei Academia e finalmente conheci a Mare... Essa mesma, do Metade Repleto... Passeamos eu, ela e o Luiz (sim, ele mesmo, do Borra de Vida) no shopping Tijuca, comemos comida chinesa e tiramos fotos. Uma gracinha de menina, como eu imaginei que seria. Minha viagem ao Rio não seria completa se não tivesse conhecido essa pequena grande menina!
Em Itanhaém eu passeei de barco pelo rio Itanhaém, falei muita besteira, ri até quase ter um colapso com meus queridos amigos Lara e Léo e caminhei na praia marcando a areia com minhas lágrimas, para depois levantar a cabeça e ver o pôr de sol mais lindo que há na Terra.
E agora estou de volta ao mundo real, me preparando para encarar meu último semestre de teatro, marcando as cenas do espetáculo de formatura e estruturando meu trabalho de conclusão de curso.
Eu realmente precisava desse tempo prá mim, prá colocar pontos nos is, colocar minha cabeça de volta ao lugar e tentar reestruturar meu coração para ter forças para encarar mais esse ano. Posso dizer que consegui cumprir quase todos objetivos... só o coração que, apesar de estar em paz, ainda está confuso, com saudades, esperançoso e que não deixa de acreditar em milagres...

Um bom ano a todos nós!!!