Monday, December 26, 2005
Seres da Noite...
Busco a multidão para ter vida, para encher de vida esta carne maldita.
Seu sangue é a seiva que me alimenta, cora meu rosto, dá força a meus braços, aquece meus lábios...
Me perguntarás então se sou a razão te levando à loucura ou a insensatez da ilusão que te acorrenta.
Sou um ser da noite, criatura das trevas... O tudo, o ápice, ao desejo o momento propício.
Por outro lado eu nem existo. Sou o nada, o abismo, um salto no precipício.
Sou a mais deplorável das criaturas, aquela que não merece nem a redenção do paraíso e nem o castigo do fogo do inferno.
Tenho em minha mãos o sonho de toda humanidade: o tesouro da juventude e a maldição da eternidade. Tão sonhadas por muitos e tão desprezíveis para mim.
Na calada da noite, quando imaginas estar sozinho, estou ao teu lado, amando o seu perfume mortal, sentindo sua alma, desejando seu corpo efêmero, invejando seus cabelos brancos, sua pele envelhecendo...
Assim sou eu.
Assim somos nós: os piores predadores da raça humana. O seu pior pesadelo!!!"
Júlia Fernandes - Vampira Brujah de 10ª Geração
Sunday, November 06, 2005
A mais valia vai acabar, seu Edgar...
Sei-lá, acho que tenho uma visão totalmente fantasiosa do mundo... Ainda acredito na igualdade e que ela deva existir mesmo na distribuição dos lucros. Não sei se esse é um pensamento marxista, socialista, comunista, capitalista, o caramba a quatro, a única coisa que sei é que esse é o pensamento da Paty, seja fantasioso e inexperiente, mas é o da Paty.
Talvez me falte experiência mesmo, conhecer o submundo, o que é passar fome, o que é estudar para poder ser alguém e cobrar bem por esse estudo. Talvez eu devesse conhecer Karl Marx e todos os outros “caras” que falaram alguma besteira que ficou conhecida e acabou por dividir opiniões... Talvez eu possa continuar sendo essa aberração, pois é assim que eu me sinto quando vou contra a opinião de todos, sem argumentos sólidos, somente com os meus pensamentos.
Você escuta: “É justo um cara que se acaba de beber num bar ganhar o mesmo que alguém que estudou muito?”
Eu respondo com os questionamentos que trago na mente: ele estaria num bar se tivesse a real recompensa pelo seu trabalho de 8 horas e pudesse dar o devido conforto à sua família? (Isso é, se ele tiver um trabalho.)
Você escuta: “É justo que um gari sem estudos ganhe o mesmo que um administrador pós graduado, doutor e mestre?”
Mais uma vez eu respondo: por que não, se ele também está prestando tanto serviço à sociedade quanto o outro (e às vezes até mais)?
Além do mais, esse assunto acaba virando um ciclo vicioso: o gari ganha pouco, por isso não investe no estudo e por não ter investido no estudo ganha pouco.
Mas essa é uma forma indevida de se pensar pelo que eu escutei até agora. Achar normal a igualdade e fraternidade é anormal.
Não acredito que o homem nasce mau. A sociedade assim o faz. É pela falta de oportunidade que nasce o bandido, o drogado, o assaltante, o sequestrador. E o que é feito para mudar isso? Nada. Porque existe a incapacidade de se olhar do lado.
Cada um tem o seu papel na sociedade e a capacidade de modificá-la. Acho que é para isso que vale lutar. Se a minha forma de modificar o mundo deve ser com um pedaço de giz e lousa, é assim que eu vou lutar. Se a minha forma de modificar o mundo deve ser subindo num palco e mostrar o “outro lado” é assim que eu vou lutar.
Posso ter dito muita besteira até agora, mas são os questionamentos que andam na minha cabeça. Pensamentos de uma “eterna adolescente” idealista que se recusa a participar dessa mesquinharia e desse egocentrismo que assolam o mundo desde que o mundo é mundo.
Eu costumava achar que nasci na época errada, hoje me pergunto será que existe uma época para mim com meus pensamentos e questionamento infames?
O que eu tenho a dizer, as pessoas não querem ouvir. Estão preocupadas demais com seus umbigos para pensar a respeito e considerar sequer uma vírgula dessa loucura toda, por isso escrevo. Quem sabe algum dia, em alguma outra época que nem meus descendentes mais vivam, alguém leia e ache alguma lógica nisso tudo, pequena que seja, não importa.
Sofro por não ser escutada, me sinto sozinha num mundo irreal, mas não é este o destino de todo artista? Eu espero que não.
“Esse caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter aonde ir
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar, ficar com certeza
Maluco Beleza”
Raul Seixas
Wednesday, October 26, 2005
Referendo 2005
Penso que um referendo para discutir esse assunto é um p*** falta do que fazer. Claro que gosto de ser participativa, de exercer aminha cidadania, mas esse assunto colocado dessa forma não tem muita lógica.
Vou me explicar. Acho um absurdo a forma como foi colocado o questionamento: "Você é a favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil?" Ô perguntinha mal formulada, totalmente pensada para manipulara a opinião pública. Imagina: se até as pessoas estudas tiveram que pensar duas vezes para apontar o seu voto, o que não aconteceu na cabeça da classe menos favorecida, sem estudo?
Outro ponto: As pessoas que votaram no SIM acham mesmo que viveríamos num mundo cor-de-rosa se esta opção tivesse ganhado?
Isso é pura ilusão...
O foco da violência não está na questão de um cidadão comprar uma arma de fogo. Para isso, ele teve que fornecer nome, documentos, comprovar residência fixa e até se submeter a testes psicológicos.
O foco precisa ser voltado para o assaltante que compra uma R-15 na favela por R$500,00. É aí que o bicho pega, porque a proibição não iria atingir o ladrão. Os bandidos continuariam assaltando, sequestrando e matando e, o pior, o cidadão não teria nem como se defender.
Depender da polícia? Que polícia? A mesma polícia corrupta que recebe propina para fingir que faz o seu serviço?
Só lamento. O principal ponto está aí. Se fosse oferecida à sociedade uma segurança decente, ninguém precisaria pensar em se defender sozinho, ninguém compraria uma arma e não seria necessário esse referendo.
Sim, penso que quem se presta a fazer até exame de sanidade mental para ter uma arma em casa esteja pensando em se defender nesse mundo cão em que vivemos.
Tá, vamos supor que o SIM tivesse vencido e que realmente as armas de fogo fossem abolidas do nosso país. A violência acabaria por aí?
Na verdade, teríamos de enfrentar referendos para proibir o comércio de facas, tesouras, serrotes, serras elétricas (por que não? Vai que acontece um massacre da serra elétrica...). Ah, e não podemos esquecer o referendo para proibir paus, afinal um torcedor morreu dias desses a pauladas. E um também para proibir remédios e produtos de limpeza, pois o número de acidentes por intoxicação é bem maior do que os causados com armas de fogo registradas...
Gente... A ingenuidade tem que acabar. A violência está no homem, no que a sociedade faz dele. Se alguém quiser cometer qualquer crime que seja, não é a falta de uma arma de fogo que vai barrá-lo.
Por isso o meu NÃO é também de protesto: protesto à falta de segurança que existe e obriga um cidadão ter que se defender sozinho; protesto à falta de vergonha dos governantes que acharam que poderiam manipular o povo mais uma vez; protesto pelas pessoas que fecham os ouvidos e não querem escutar o outro lado e poder realmente analisar a real situação em que se encontra o nosso país; protesto àqueles que não conseguem ver o real foco da violência.
Confesso que no início eu também achava que o referendo poderia transformar as armas de fogo em flores e era tão óbvio para mim que o sim deveria prevalecer que quando eu parei para refletir sobre os dois lados, eu tive raiva do meu analfabetismo político.
Não posso obrigar ninguém a mudar de opinião como eu mudei, mas posso deixar aqui esse relato para que as pessoas possam ter uma outra visão e compreender também o outro lado.
26/10/2005 - 10h
Thursday, September 01, 2005
Novos horizontes
Nas minhas aulas de Improvisação tenho feito muitas descobertas e muitas constatações. A frase a cima é mais ou menos o que o meu professor Tin disse no meio de uma conversa e refletindo sobre ela acabei constatando que dar aulas para crianças realmente não é a minha praia.
Não concordo com o método de alfabetização implantado (ainda acredito que o conhecimento venha de fora para dentro), não aceito a falta de participação da família no aprendizado da criança e não me conformo com a falta de educação e respeito dos alunos (a educação ainda tem que vir de casa).
Quando eu decidi ser professora (e eu estava tão certa disso...), eu admirava meus mestres profundamente, pois eles tinham todo o conhecimento do mundo e o respeito de todos à sua volta. Hoje eu admiro mais ainda os Professores de maneira geral, pois ainda insistem nessa profissão tão difícil e pouco valorizada ultimamente (e não é só no lado financeiro, não).
No tempo que eu estava do outro lado da carteira não via tudo isso, ou não era tão acentuada essa questão. Talvez eu não percebesse, ou talvez o respeito dos alunos amenizasse os problemas. Devia ser recompensador para um professor ter o sorriso do aluno em agradecimento, ver nos olhos de um pai o orgulho de ver seu filho lendo. Vejo que os alunos não querem aprender e os pais colocam os filhos na escola para não ter que aguentá-los em casa...
Acho que sinto falta do que nunca vivi...
Com as minhas aulas de teatro estou me conhecendo mais, voltei a escrever, exteriorizar meus desejos, meus pensamentos e com isso estou voltando a descobrir o que eu gosto e o que eu não gosto, o que eu quero e o que eu não quero.
Sinto uma tristeza profunda em afirmar que não gosto mais de dar aulas para crianças, não tenho mais aquela paixão (ou ilusão!?!) que eu tinha. Estudei muito e batalhei para estar onde estou hoje, mas estou desiludida.
Sou funcionária pública, professora, tenho salário fixo, 13º, férias, recesso no meio do ano, estabilidade no meu cargo e uma aposentadoria garantida. "Eu devia estar contente... ", como dizia o Maluco Beleza, só que eu estou triste.
Triste, não. Acho que a palavra certa é decepcionada.
Não estou desistindo de tantos anos de estudos, não é bem isso. É que eu cresci, mudei meus planos, e acho que nunca é tarde, e quero alcançar novos sonhos.
Nunca imaginei que o teatro era tanto para mim. Em 1 mês de aula descobri que ele é TUDO: Tudo que eu sempre quiz fazer e não tive pulso para ir atrás antes.
Quero deixar claro que não estou dizendo que não vou mais ser professora. Preciso continuar trabalhando, inclusive para pagar meus estudos e comprar as minhas coisinhas, mas vou atrás de novos horizontes, do incerto, com a certeza de que não vou me arrepender.
01/09/05 - 10h35min
Friday, August 05, 2005
Um raro momento
Pois é... bati o carro 6 e meia da manhã. Na hora eu nem percebi tudo que estava rolando à minha volta. Acabei ficando atrasada para a aula e tudo que eu pensava era nas minhas crianças...
Não foi nada grave, nem eu nem o rapaz nos machucamos. Meu carro não sofreu nenhum arranhão, em compensação o dele...
Só me dei conta de tudo isso ao meio dia, quando eu sentei no carro e o rapaz me ligou passando o orçamento. Daí sim... comecei a chorar que eu não queria nem mais dirigir.Tudo que eu precisava era de um colo e alguém que me dissesse coisas do tipo "Acontece nas melhores famílias... a gente dá um jeito." Tão simples, né?
Sei-lá, precisava da minha cama, dormir até isso passar, de um telefonema de um amigo perguntando: "Tá tudo bem?"(o que graças à Deus aconteceu - obrigada Melzinha).
É muito estranho... faz muito tempo que não sinto esse tipo de carência, vontade de chorar o dia inteiro, querer parar e não conseguir (hoje em dia me controlo tanto...).
Na verdade detesto me sentir assim. Tanta coisa boa a minha volta e eu sem conseguir reagir.
Tudo bem... Vou para o meu curso M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O de teatro e lá eu vou esquecer um pouco essa história e reunir forças para que eu não mais me abale tanto nas dificuldades que encontro.
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala de amor em mim foi dito.
Do nada o amor em mim fez o infinito.
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado.
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano.
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano.
Melhor fora que desse e recebesse.
Para viver da vida o amor sem dano.
Vinícius de Moraes com Paulo Mendes Campos
Friday, July 29, 2005
Sessão Nostalgia pura
Fiquei tão contente de encontrar essa música que resolvi colocá-la aqui para compartilhar com vocês... Segue a letra (aconselho que peguem um lenço e um balde - só para não molhar muito o chão)
Tentando aceitar a realidade.
Invento uma ilusão,
Engano o coração,
Disfarço, mas no fundo não consigo te esquecer.
Você não foi prá mim uma aventura,
Mas fez da minha vida uma loucura.
Eu tenho que aceitar
Que nada vai mudar,
Mas dentro do meu peito sempre vai faltar você.
Eu nunca mais amei do jeito que eu te amei,
Nunca me esqueci do que passou.
Eu sei que o nosso amor não foi perfeito,
Quem sabe a gente até se machucou?
Mas foi de coração.
Com erros enganos talvez,
Mas foi de coração.
Paixão meio fora dos planos,
Mas de coração.
Quem sabe o sonho mais lindo que eu deixei passar.
Mas foi de coração.
Com idas e voltas, eu sei,
Mas foi de coração.
Um simples amor complicado,
Mas de coração.
Quem sabe os melhores momentos
Da minha vida!
Roberto Carlos
Monday, July 18, 2005
PASSEI!!!!!
Foram noites sonhando com o teste, gesticulando a noite inteira enquanto dormia (segundo meu marido eu interpretava as cenas inteiras).
Estou numa alegria que não dá para explicar... É uma vontade de sair pulando e gritando e esbanjando felicidade para que todos se contagiem.
É a realização de um sonho que até bem pouco tempo atrás eu não pensava ser possível. Sim, sempre gostei de "brincar" de teatro, mas só fui pensar nesse assunto profissionalmente quando fui prestar o vestibular, há 8 anos atrás. Deixei passar a oportunidade na época, pois eu achava que não estava preparada. Decidi fazer cursos de teatro antes de procurar algo mais sério e, finalmente, esse momento chegou. Agora estou preparada, curtindo esse momento e pronta para me dedicar a esse sonho.
Gostaria de deixar aqui os meus agradecimentos a todos que estiveram do meu lado me aguentando falar sobre isso durante dias a fio, que ouviram minhas histórias mais de cem vezes, que viram meus ensaios mais de duzentas e mesmo aqueles que acompanharam de longe, mas que senti a presença o tempo todo.
Agradeço ao meu esposo James, meus amigos Melissa e Pierre, minha família, minha professora Melissa do Teatro Básico, meu grupo de Teatro Básico, meu ex-professor e amigo Fábio Toro que mesmo de longe me deu a maior força, meu querido amigo Rogério Crotti que também não pôde estar presente desta vez, ao meu professor de música Henrique de Falla que perdoou todas as minhas faltas no coral e a todos aqueles que torceram por mim.
Obrigada galera, Amo Vocês!!!
Paty Beijo para todos
Segundo dia de teste na FundArte 07/07
No segundo dia o nervosismo sumiu um pouco. O maior desafio foi enfrentar o frio usando o figurino da personagem que escolhi, mas vamos por partes...
O primeiro teste foi a redação. Precisávamos fazer uma DISSERTAÇÃO com o tema "Tomar a decisão certa não é uma tarefa fácil", baseando-nos em uma peça chamada "Aquele que diz sim. Aquele que diz não" de Bertold Bretch (nem lembro se é assimque se escreve o nome do indivíduo). Super simples: teatro alemão, época do Nazismo, tema político, mas nada do que uma mente fértil e cheia de "macaquinhos no sótão" não possa enfrentar. Bom, mesmo por considerar a minha formação - Letras, para mim não é tão complicado assim essa parte.
Terminávamos a dissertação e subíamos para fazer a cena. Dessa vez cada um enfrentou a bancada, SOZINHO. Foram eu e Deus e os avaliadores.
Escolhi uma cena da peça "Um Bonde Chamado Desejo" de Tenneessee Williams e interpretei a Blanche (que por um acaso quer dizer Branca em francês). Outro monólogo no qual ela falava do falecido marido que se suicidou quando ela descobriu que ele era gay (trágico, não?!?). Eu tremia tanto de frio que ficou quase impossível de esconder a minha mão trêmula. A Blanche fazia o seu monólogo segurando um copo de wisky então imagina só, né? Um tremendo malabarismo.
Depois foi a expressão corporal. Brincamos de dança da cadeira, fizemos um combate corpo a corpo e algumas cenas do tipo "vocês estão andando num pântano, mas estão felizes...", "agora vocês estão na lua, mas receberam a notícia mais triste que poderiam ter recebido...", entre outras atividades de aquecimento.
Não foi tão difícil, mas foi cansativo. Saí de lá 10 e 10 da noite e acho que o único músculo que não doía era a língua (tive que tomar cuidado para não mordê-la...).
E assim começou a agonizante espera pelo dia 18/07 quando sairia o resultado (é hoje).
Gostei bastante das pessoas que fizeram o teste comigo e acredito que será formado um grupo bem legal (espero que eu esteja nele).
Boa sorte a todos nós, ou como eles dizem... MERDA!!!
Valeu dividir mais essa experiência tão importante para mim com vocês... não deixem de comentar.
Patynha
Sunday, July 17, 2005
Primeiro dia de teste na FundArte 06/07
Desta vez havia apenas 30 inscritos, mas os avaliadores deixaram claro que o número de vagas poderia variar nesse caso e que quem tivesse a nota abaixo de 1 em alguma das avaliações já estava fora. E eu garanto, não é difícil tirar menos que 1, não!!!
Foi avisado também que por ter poucos inscritos, todos estavam automaticamente na segunda fase, então teríamos somente dois dias de teste (e não três como o previsto).
Também por ter pouca gente, os testes foram realizados em uma sala de aula. Entrava de 5 em 5 e cada um apresentava sua cena.
Para o primeiro dia, desta vez, escolhi uma cena da peça "O Santo Inquérito" de Dias Gomes. Interpretei a única personagem feminina da peça, Branca Dias. Foi bem legal, pois dos poucos que escolheram essa personagem, ninguém escolheu a cena que eu fiz... (Já percebi que a maioria opta pelas prostitutas de "Abajur Lilás" do Plínio Marcos).
A Branca era neta de novos cristãos, portanto, tinha conhecimento da Bíblia, frequentava a igreja. Mas certo dia salvou um padre de se afogar e este dá a entender para nós leitores que está apaixonado por ela, por isso quando um Inquisidor aparece na cidade ele a denuncia por heresia.
Porém ela é tão inocente que não consegue perceber onde ela está pecando e acaba passando por um inquérito.
A cena que escolhi é justamente um monólogo onde ela está presa no convento aguardando seu julgamento. Sozinha com seus pensamentos, ela tenta entender o que está acontecendo e o que os inquisidores pretendem mantendo-a num lugar tão escuro tão cheio de "...trevas. Trevas onde o Diabo é o rei(...)".
Depois foi o teste de improvisação, criatividade e dinâmica de grupo. Eu acho essa a parte mais complicada, tivemos de improvisar uma cena num enterro e sem falar... Em meio a alguns chorando, uns rindo, outros indagando em gestos, decidi ser o padre. Cheguei com a Bíblia, abri este Livro, benzi o corpo e fui embora. Mais uma vez não interagi com o grupo (no ano passado fui uma prostituta numa praça e também fiquei deslocada). Já sabe... se eu não passar desta vez é por causa da Improvisação de novo...
Também tivemos de nos apresentar usando a criatividade. Finji que estava andando numa corda bamba e caí ao me distrair para dizer meu nome. Acho que essa valeu!
O primeiro dia de pânico foi isso... Saí de lá quase 10 da noite para ir até a casa da minha mãe para prestigiar o aniversário da minha irmãzinha (que já estava dormindo quando cheguei - mas eu cheguei).
O próximo post é sobre o segundo dia de teste e amanhã finalmente é o resultado....
Até mais
Saturday, July 16, 2005
Mais um Poema
No calor do seu corpo
Deitei todos os meus desejos
Como o poeta deita sobre a flor
Suas palavras, doces cortejos.
Com o mel da sua boca
Saciei a fome do meu coração.
Na vida encontrei meu caminho
Sendo guiada pelo calor de tuas mãos.
Com a chama existente em seu olhar
Aqueci meu peito vazio até então.
Me desfiz de sombras a minha volta
Entreguei-me sem perder a direção.
Pela alegria de estar contigo
Caminho declamando minhas cantigas,
Afinal, fiz do meu amor por ti,
A felicidade que guia a minha vida!
Patrícia Augusto - 07/04/1997
De volta à rede...
Prá começar, fiz meu teste para o Curso Profissionalizante de Teatro na Fundação das Artes. Foi bárbaro. É realmente uma experiência muito interessante.
Por ter poucos inscritos desta vez, foram apenas dois dias de teste: no Primeiro dia foi a interpretação de um texto nacional (uma cena de até 2 minutos), voz, improvisação, dinâmica de grupo e criatividade; no Segundo dia foi a interpretação de um texto internacional (também uma cena de até 2 minutos), redação e expressão corporal. Aos poucos vou detalhando mais para não ficar tudo num tópico só.
Só sei que é um nervosismo geral, mas mesmo assim, eu me divirto muito.
O resultado sai dia 18/07, segunda-feira, e aja paciência e ansiedade até lá...
Não creio na entrega indiferente
De união entrelaçada sem desejo.
Não há sinceridade por acaso.
Nem terá amor em apenas um beijo.
Eu creio sim na face derradeira
E no abando no a tudo por um engano.
A vida só nos marca realmente,
Quando se ama assim como eu te amo!
(desconheço o autor)
Tuesday, July 05, 2005
Sem micro... (sniff...)
A gente se vê
"Quando invento vela e vento
Correnteza, movimento,
Leve, solto, livre e lento
Eu deixo um cais.
Nas asas do pensamento
Eu me entrego e não tento
Em nenhum momento
Voltar atrás"
(Vela, Asa e Passo)
Tuesday, June 28, 2005
Palavras Repetidas
Até parei para prestar atenção na letra e me deliciei. (Para quem não sabe, eu também curto O Pensador).
Claro que já entrei no meu grande amigo Google, peguei a letra e já baixei o MP3 no e-mule.
Para quem ainda não conhece e também para quem já conhece, deixo aqui a letra da minha mais nova curtição:
De guerra, de sofrimento, de desespero.
Agente tá vendo tudo tá vendo a gente,
Tá vendo no nosso espelho na nossa frente,
Tá vendo na nossa frente aberração,
Tá vendo, tá sobre o visto querendo ou não,
Tá vendo no fim do túnel escuridão (2x).
Tá vendo a nossa morte anunciada,
Tá vendo a nossa vida valendo nada.
Tô vendo, chovendo sangue no meu jardim,
Tá lindo o sol caindo que nem granada
Tá vindo um carro bomba na contramão. (3x)
Tá vindo um suicida na direção
(REFRÃO)
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã,
Porque se você parar pra pensar, na verdade não há.
A bomba tá explodindo na nossa mão,
O medo tá estampado na nossa cara,
O erro tá confirmado, tá tudo errado,
O jogo dos setes erros que nunca para,
Sete, oito, nove, dez, cem,
Erros meus, erros seus e de Deus também,
Estupidez, um erro simplório,
A bola da vez, enterro velório,
Perda total por todos os lados,
Do ponto do ônibus a carro importado.
Teu filho morreu, meu filho também,
Morreu assaltando? Morreu assaltado?
Tristeza, saudades por todos os lados,
Tortura covarde humilha e destrói.
Eu vejo um Bin Laden em cada favela,
Herói da miséria, vilão exemplar,
Tortura covarde por todos os lados,
Tristeza, saudade, humilha e destrói,
As balas invadem a minha janela,
Eu tava dormindo tentando sonhar.
(REFRÃO)
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã,
Porque se você parar pra pensar, na verdade não há.
Sou um grão de areia no olho do furacão,
Em meio a milhões de grãos,
Cada um na sua busca,
Cada busca leva um coração,
Cada um lê de uma forma o mesmo ponto de interrogação,
Nem sempre pode se ter fé,
Quando fungos aparecem debaixo do seu pé.
Acreditando na chance de ser feliz,
Eterna cicatriz,
Eterno aprendiz, das escolhas que fiz,
Sem amor eu nada seria,
Ainda que eu falasse a língua de todas as etnias,
De todas as falanges e facções,
Ainda que eu gritasse os gritos de todas as legiões.
Palavras repetidas, mas quais são as palavras que eu mais quero
repetir na
vida?
Felicidade, paz.
Felicidade, paz, só.
Nem sempre se pode ter fé,
Mas sempre a fraqueza que se sente
Quer dizer que agente não é forte.
Beijão, gente e até mais ver
Monday, June 27, 2005
Welcome
Sintam-se à vontade para compartilhar comigo suas opiniões e comentários.
Beijinhos
Patynha