Na verdade, acho que é mais um autor do que uma única obra em si que me lembra alguém.
"Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, me lembra minha professora de Literatura Brasileira da faculdade, a Lourdinha. Professora fantástica que dava aula com tanto amor que conseguia tocar a gente a ponto de fazer com que nos apaixonássemos até mesmo pelas ironias de Machado de Assis.
Me lembro até hoje dela pedindo nossa opinião sobre Brás Cubas e depois de muitos elogios a ele, ela vinha e chutava o nosso castelinho de areia chamando ele de mentiroso, hipócrita, demagogo e por aí vai. E para cada adjetivo dado a esse ilustre personagem, ela justificava com uma passagem do livro, a qual acompanhávamos boquiabertos, apenas concordando com a cabeça.
"Dom Casmurro" do mesmo autor também me lembra dela, quando ela plantou na nossa cabeça a semente da dúvida: "Capitu era mesmo adúltera ou era o ciúme doentio de Bentinho que o fazia enxergar o que não existia?"
Machado de Assis, através de seus escritos, me lembra também meu grande amigo e companheiro de blogagens Luiz Cezar do Borra de Vida.
Gosto muito dos textos do Luiz e muitos me lembram a ironia machadiana. Mas além disso, quantas vezes adentramos horas de papo discutindo a fidelidade de Capitu corrompida (ou não) pelo ciúme doentio de Bentinho. Ou então, quantas mentiras saíram da boca de Brás Cubas ao tentar se destacar, quando vivo, perante sua sociedade.
Foram discussões muito boas, que me mostravam sempre um novo detalhe, uma nova visão sobre os conflitos dessas obras.
O que seriam dos autores e suas obras se não pudéssemos discutir e ampliar nossa visão sobre seus romances?
1 comment:
Machado é realmente incrível. A pena da galhofa e a tinta da melancolia.
Sinto-me honrado pela homenagem aqui. Se meus textos lembram algo machadiano, só tenho a pular de alegria, rubro de vergonha, mas com sorriso nos dentes que se mostram.
Obrigado pelo carinho, pela amizade
e vamos continuar que esse meme não pode parar!
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