Uma das minhas personagens favoritas é Macabéa, protagonista do romance "A Hora da Estrela", de Clarice Lispector. (E já aviso de início que minha justificativa contém spoiler.)
Agora, com tantos personagens que eu já conheci, amei, odiei, me identifiquei, por que Macabéa?
Não sei, mas vejo nela a vida de tantas outras Macabéas que nos rodeiam. Pessoas que não precisam ter sua vida tão sofrida como determina o narrador/escritor da história dessa personagem, mas, ao contrário de Macabéa, são escritoras de suas próprias histórias e fazem isso de suas vidas. São pessoas incapazes de olhar em volta e saber que pertencem a esse mundo, que com ou sem motivos, pode-se encontrar objetivos para viver.
Não sei se amo ou odeio Macabéa, mas acho-a curiosa... Acho que é pena que sinto... Tenho é vontade de pegá-la pelos ombros, e sacudí-la até que acorde, mesmo sabendo que isso pode desmontá-la por inteiro. Talvez fosse essa a solução: desmontá-la para, ao reconstruí-la, colocar-lhe uma gota de vida no olhar, um suspiro de esperança, um tantinho de fé no coração.
Porém sua história não poderia ser outra, sua vida não poderia ser diferente e não poderia terminar de outro jeito. Porque se tem um fato incontestável, que iguala a todos, o famoso e o indigente, é a morte. Na morte todos são iguais, todos são astros, todos podem desfrutar da sua "Hora da Estrela".
1 comment:
É uma ads personagens mais bem construidas que conheço
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